Na manhã desta
quarta-feira, 23 de outubro, três ônibus chegaram ao município de Boa Vista ao
Posto de Triagem PTRIG, trazendo 112 migrantes da comunidade de Nova Colina,
situada na zona rural de Rorainópolis. Essas pessoas foram trazidas ao local
para dar continuidade ao processo de regularização iniciado no mês anterior. A
viagem foi viabilizada graças à parceria entre a Pastoral dos Migrantes e a
OIM, que providenciou o transporte dos migrantes até PTRIG. A iniciativa vem em
um momento de extrema dificuldade para os migrantes que vivem em áreas remotas,
devido à longa distância entre Boa Vista, capital do estado, e os municípios do
interior.
Nesse sentido a
Pastoral dos Migrant
es da Diocese de Roraima continua suas ações de apoio aos
migrantes no interior do estado, com foco na regularização migratória de
venezuelanos e outros estrangeiros que chegam à região em busca de melhores
condições de vida. Durante o mês de setembro, a Pastoral, em parceria com a
Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Essas iniciativas são fundamentais
para garantir que migrantes tenham acesso à documentação necessária para viver
legalmente no Brasil e acessar serviços básicos, como saúde, educação e
trabalho.
Dificuldades no
processo de regularização migratória
A parte do aumento
do fluxo na migração que se vêm apresentando nos últimos meses, especificamente
depois das eleições na Venezuela, a regularização segue sendo um desafio. Se
falamos dos migrantes no interior, a distância entre as comunidades do interior
de Roraima e os centros urbanos representa um dos maiores desafios para a
regularização dos migrantes. Muitos desses migrantes vivem em áreas de difícil
acesso, onde não há serviços regulares de transporte ou infraestrutura
adequada. Como resultado, os deslocamentos para Boa Vista, onde a maioria dos
serviços de imigração são centralizados, tornam-se inviáveis financeiramente
para muitas famílias.
É nesse contexto
que o mutirão de Rorainópolis adquire grande relevância, facilitando o acesso
dos migrantes a serviços essenciais, como a obtenção de CPF, a solicitação de
residência temporária, o pedido de refúgio e a renovação de documentos já
emitidos. Com o apoio da OIM e do ACNUR, a Pastoral dos Migrantes tem
desempenhado um ponto vital, na promoção da inclusão social e na proteção dos
direitos dos migrantes.
Trâmites
realizados durante o mutirão
O mutirão de
atendimento em Rorainópolis ofereceu uma série de serviços voltados tanto para
aqueles que estão regularizando sua situação pela primeira vez quanto para
aqueles que necessitam de renovação de documentos. Entre os trâmites
realizados, destacam-se:
1. Solicitação de residência temporária, permantente e refúgio (primeira vez e
renovação)
2. Emissão de CPF
3. Atendimento de casos
de proteção
Os agentes da
Pastoral dos Migrantes, juntamente com as equipes da Secretaria de Proteção aos
Migrantes (SPM) e outros voluntários, foram responsáveis por acolher e orientar
os migrantes ao longo de todo o processo. "Agradecemos imensamente a
colaboração de todos os parceiros e agentes envolvidos. Sem o apoio dessas
organizações e da comunidade local, não seria possível realizar um trabalho de
tamanha magnitude e relevância", destacou a Irmã Terezinha Santin,
coordenadora da Pastoral.
Este mutirão é
apenas uma parte de um esforço contínuo para atender às necessidades da
população migrante em Roraima. A Pastoral dos Migrantes já planeja novas ações
para os próximos meses, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho
iniciado. Segundo os organizadores, o foco agora é trazer para atendimento
aqueles migrantes que já foram "predocumentados" nas etapas
anteriores, ou seja, pessoas cujas informações já foram coletadas e que
aguardam a conclusão do processo de regularização.
A continuidade
desse trabalho no interior do estado é fundamental, não apenas para garantir os
direitos dos migrantes, mas também para promover sua integração social e
econômica nas comunidades locais. Com o apoio de parceiros como a OIM e o
ACNUR, a Pastoral dos Migrantes segue firme em sua missão de acolher e proteger
os migrantes que chegam a Roraima, enfrentando desafios como a distância, a
falta de infraestrutura e a vulnerabilidade social dessas populações.
Texto: Libia López
Jornalista-Fotógrafa
Assessoria de SPM
Fotos: Equipes
locais da SPM
spmrrcomunica@gmail.com